quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Poesia meretriz



Por vezes, as palavras me disseram algo poético.

traduzindo os sentimento, os sentidos em escrita poética,

e quanto mais apaixonado fico,

morre comigo meu apaixonado poeta,

Pois de paixão alimenta-se

a doce vil ilusão da vida,

que nos mantêm de simulacro

o coração alimentado.
E por vez emulei,

e criei,

e no torpor,

na epifania do gozo da quimera,

de triste desamparo fiquei,

E como alguém que espera,

platónico amor de novela,

padeci, num gole de pinga amarela,

as letras poéticas num mijo de esquina,

Amado fui na madruga singela,

no seio farto de uma donzela,

passado coito apaixonado,

tirei a paga, o jornal, a verba

dos versos meus,

a recompensa da donzela.

E como boa meretriz que era,

beijou me, como o beijo da maça de Eva,

Voltei pra casa andando,

sangrando e sem dinheiro,

Foi pensando no romance,

da divisão que habitava nossas vidas,

lembrei que Romeu, com bravura, morreu de amor,

Então, vendi meus bens e comprei flores,

Resolvi então morrer de amores,

Passei um mês, no colo quente,

das putas da Augusta.

Um comentário:

  1. Muito bom!
    Está escrevendo maravilhosamente bem...tanta riqueza de detalhes que consigo visualizar a cena.

    beijos de sua amiga e fiel leitora

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