quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O jogo


Você já segurou uma arma ? Já sentiu o poder que ela lhe da. A sensação de decidir entre a vida e a morte. Me pergunto se puxar o gatilho é o certo, se o certo é certo e se errar é não fazer o que se é certo.

A mais o que você faria ? Quantas vezes não se sentiu impotente, injustiçado, excluído da vida e da moral cristã, esquecido pela ética cidadã democrática. Já tenho a arma, as balas e motivos vários, varias razões sem razões e motivos que ate então acredito ser o mais lógico possível.

Escrevo aqui pela duvida, e o pingo de boa fé na razão humana, me perguntei ate onde a maldade se estende, e percebi que sua imensidão obscurece qualquer bondade ou amor.

Então farei desse escrito, minha analise cientifica, minha ciência social, e caberá a você decidir quem vive e quem morre, assim me abstenho de qualquer culpa e responsabilidade, serei assim o instrumento de seu julgamento, o corpo da ação que obedece a lógica do seus argumentos.

Darei um prazo de sete dias a partir da publicação desta postagem, agirei de acordo com os comentários, para aqueles que lerem e se isentarem da responsabilidade, o gatilho será puxado.

Igreja, escola, prefeitura, trem , metro a possibilidade de ação é infinita, posso ir ao centro de São Paulo, escolher um prédio qualquer entrar, julgar e condenar quantos puder.

Vou deixar as duvidas corroerem sua alma, se o que digo é real, se isso não passa de mais uma de minhas historias, pode ser que sim ou que não. Será ?

Terão aqueles que de tão imersos na fria condição humana, não se importaram que tire a vida de um de meus familiares, pois será apenas mais uma noticia a ser publicada, lida, não sentida e esquecida. Mas ainda assim a duvida, posso condenar qualquer um, você, seu irmão, sua esposa ou filho. Igualzinho a sua democracia assassina que mata pelo seu consentimento, pelo seu silencio de auto-proteção.

As cartas estão na mesa, arme suas verdades, o jogo começa agora.

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Um comentário:

  1. Sobre o assunto aqui proposto, não podendo deixar de me calar,como bem disse,faço agora minhas considerações. Perdoe-me a ingenuidade interiorana contida nelas, mas sou assim e não me envergonho disto. Dentro deste "jogo", caro amigo,exponho opções de causa e efeito:

    - Rastejar-se e curvar-se diante deste sistema, aceitando-o assim como é, e tornar-se artificial e apático como ele;

    - Fazer o que a inclinação pessoal lhe pede,e, após o "grande" feito, deitar a cabeça no travesseiro e sorrir, num vislumbre de felicidade fulgás.
    * Lanço perguntas a respeito desta opção duvidosa: _ Por quanto tempo duraria esta alegria? O que sentiria ao olhar para trás, num futuro não tão distante ao ler as páginas de sua estória? Orgulho de seus atos? O mundo se tornaria melhor com esta ação impetuosa?

    - Por fim, dizer não aos impulsos "impostos" por uma situação extrema,e,vencer assim ao mal que habita em cada um de nós.
    * É bem mais fácil ceder a esse círculo vicioso da violência que nos cerca(violência em todos os sentidos), que romper com o elo que nos liga a ela. Luta mais árdua é vencer nossos próprios desejos...

    Acredito, meu caro,no livre arbítrio, mas também no peso das consequências de nossos atos. E que, mesmo no meio desse extrume todo, uma flor ainda é capaz de nascer. Cabe a cada um de nós decidir por mergulhar de vez nele ou ser a flor que dele sai. Afinal, parafraseando Sartre,"não importa o que fizeram de nós,o que importa é o que fazemos com o que fizeram de nós!"...

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