domingo, 6 de setembro de 2009

As mãos


As mãos estão atadas tão fortemente, que o medo de se verem separadas, fazem-nas se agarrarem mais um pouco. Os dedos estão entrelaçados, são namorados, amantes de pele e de unha, acariciam-se num instante eterno e mesmo no suor da palma, firmam se mais para que o outro não se solte. Será entre esses abraços eternos, que iram se presentear, ostentaram a aliança, como o firme pacto de suas digitais. São felizes

Aos poucos no caminhar das tardes, uma delas estará frouxa enquanto a outra ainda assim a segura, uma delas encontrara no bolso uma desculpa de repouso, uma alcova escura, onde o tempo é dela, onde só ela pode ir. A outra ira encontrar o cigarro, as chaves de casa, para não sentir-se sozinha, abandonada. É então que uma delas, tateara o mundo em sua aspereza e suavidade, cumprimentara outras mãos, e então mostraram uma a outra os gestos antes escondidos.

Como um acenar de adeus.

3 comentários:

  1. lindo espaço para reflexão.
    Parabéns!
    Saudações Florestais !

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  2. Forma simples, conteúdo profundo.Palavras por si só são vazias, se não forem plenas de significado. Viajo nas suas...

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  3. Lindas palavras...
    Nos fazem refletir e lembrar de muitas coisas, passado, presente e futuro!

    Parabéns Gabriel...

    Saudades!

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