quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A CRUZ E O PARTIDO

Nas ruas cinzas e frias de São Paulo, meus passos e meu coração são pequenos perto do sentimento de frustração. Cidade grande em população, migrante, imigrante, preto e branco, muito pobre poucos ricos. Oportunidades são poucas os riscos são muitos, bala perdida, bala encomendada, bala de graça, bala da policia, bala de bandido.
Na catedral da Sé trabalhadores, moradores do centro, classe rica e classe média, fazem o sinal da cruz e entram para rezar, pedir a bênção um milagre quem sabe? Mas nas escadarias sujas dessa casa divina, meninos e meninas, homens e mulheres passam frio, cheiram cola vendem o corpo , matam e roubam e moram nela. No calor da pregação do padre, pessoas bem alimentadas pedem mais dinheiro, pedem uma casa, um amor, reza pelo filho drogado, outra agradece pelo filho, por ele não ser um daqueles da escadaria.
Na escadaria a reza chega ate Deus através da cola, que aquece o corpo e o eleva ate o nosso Senhor, cara a cara com Deus ele pede uma vida melhor, ou quem sabe um assalto gordo na próxima noite, outros choram e rezam pela morte do amigo morto pela policia na semana passada. Eu estou ali no meio vendo tudo isso sem baforar cola ou entrar na igreja e me pergunto todos eles rezam meu Deus. Todos eles pedem , clamam, imploram e ajoelham aos seus pés. Então porque, porque uns com tão pouco e outros poucos com muitos.
A fé é mesmo uma coisa engraçada todos pedem alguns são agraciados pelas divindades, me faz lembram a politica, todos votam mais alguns comem bem.
Deus é um ótimo politico.
escrito por: GABRIEL AFONSO

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